O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) ironizou a moção de repúdio aprovada pela Câmara Municipal de Cuiabá contra ele, em razão do apoio à manutenção de pequenos comércios nas unidades prisionais de Mato Grosso. A crítica partiu após a Casa aprovar, nesta semana, a proposta apresentada pelo vereador Dilemário Alencar (União), que também atinge outros 12 parlamentares estaduais.
“Vereador tem mais o que fazer do que propor moção de repúdio contra o Parlamento Estadual”, disparou Lúdio, em entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real, canal 10.1). “O que o vereador precisa é fiscalizar os atos do prefeito, cobrar o fim da taxa de lixo em Cuiabá, cobrar o fim da buraqueira, enfrentar as filas na saúde pública, colocar a educação para funcionar com a qualidade que as nossas crianças merecem. É esse o esforço que a Câmara precisa colocar toda a sua energia.”
A moção foi uma resposta à derrubada do veto do governador Mauro Mendes (União) ao trecho da lei que permite o funcionamento dos chamados “mercadinhos” nos presídios. A votação na Assembleia Legislativa ocorreu de forma secreta, o que provocou críticas por parte do Executivo.
Durante a entrevista, Lúdio defendeu a decisão da Assembleia e afirmou que o tema foi debatido com diversas autoridades ligadas ao sistema prisional, incluindo o Judiciário e o Ministério Público. O parlamentar também citou o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que se posicionou a favor da medida.
“Qualquer posicionamento contrário desrespeita a Secretaria de Segurança Pública, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça, o sistema penitenciário e a polícia penal”, declarou o deputado. “A análise de veto tem que ser secreta. Eu me posiciono em todos os vetos publicamente. Agora, o voto tem que ser secreto para que deputados ou vereadores da base possam derrubar o veto com segurança, sem sofrer nenhum tipo de retaliação.”